sexta-feira, 27 de junho de 2014

Apenas uma foto




Que a memória não me falhe, quando ele passar os dedos adultos sobre a película da foto e citar em voz alta o nome daquela menina. Serão lembranças de amor, sim. Mas não lembranças românticas de um amor pueril.
 O perdão não permitirá que ele se esqueça daquele nome, entremeio aos demais, então escondidos por arte e graça de algum neurônio brincalhão. Pois, como se sabe, o perdão liberta, abrindo as masmorras das discórdias à luz, e a vida não declina para o estado vegetativo.
           É o que antevejo enquanto ele acena para a colega, ambos seguindo à escola por calçadas opostas. Ela responde, chamando-o pelo nome, e ele sorri inocente, já esquecido das desavenças passadas. O perdão é assim: seleciona o que deve se tornar esquecimento, porquanto, grava no coração palavras chaves que nos guiam para novos começos.

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