Que a memória não me falhe, quando ele passar os dedos adultos sobre a
película da foto e citar em voz alta o nome daquela menina. Serão lembranças de
amor, sim. Mas não lembranças românticas de um amor pueril.
O perdão não permitirá que ele
se esqueça daquele nome, entremeio aos demais, então escondidos por arte e
graça de algum neurônio brincalhão. Pois, como se sabe, o perdão liberta,
abrindo as masmorras das discórdias à luz, e a vida não declina para o estado
vegetativo.
É o que antevejo enquanto ele acena
para a colega, ambos seguindo à escola por calçadas opostas. Ela responde,
chamando-o pelo nome, e ele sorri inocente, já esquecido das desavenças
passadas. O perdão é assim: seleciona o que deve se tornar esquecimento,
porquanto, grava no coração palavras chaves que nos guiam para novos começos.
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